A qualquer momento pode haver alguém que se queira iniciar no BTT/CICLISMO. Para quem começa esta prática e não só, tópicos como este são fundamentais.
Homens e mulheres, raparigas e rapazes, meninos e meninas: Não hesitem nem duvidem das vossas capacidades e agarrem nas vossas bicicletas e façam-se aos trilhos. No entanto há vários conselhos e dicas importantes as quais não devem descurar antes de darem as primeiras pedaladas em BTT.
Num sítio na Internet encontrei o texto abaixo e decidi colocá-lo aqui pelo facto de ter alguma complementaridade em relação aos que já podíamos ler nestas páginas.
PASSEIOS DE BICICLETA DE MONTANHA
Emoções para todos os gostos Travagens - Descidas - Subidas - Mudanças - Utilização das Mudanças
Conselhos para dar uns bons passeios de bicicleta de montanha durante uma tarde, um fim de semana ou mesmo alguns dias...
Primeiro é preciso aprender alguns conceitos basicos, possibilitando assim, tirares partido da tua bicicleta nos percursos fora de estrada, realizados com toda a segurança. De resto, é possível fazer actividades sobre duas rodas sem que isso se transforme numa tormenta física. O que é importante é dosear o esforço e aprender a utilizar as mudanças, saber subir e... descer.
Ficam, então, alguns conselhos, de como andar numa Bicicleta de Montanha.
TRAVAGENS
Muito se ouve falar sobre a forma de travar, uns chegam a dizer que é bom evitar usar o travão dianteiro, mas na realidade o uso do travão deve ser feito sempre de maneira consciente, ou seja: quando travares a tua bicicleta deves estar ciente das condições do piso, da situação da bicicleta em relação ao solo e saber o que pode acontecer durante uma travagem.
O que pode correr mal numa travagem?
Travar com demasiada força a roda traseira
Se a bicicleta for em linha recta: a roda traseira pode derrapar para um dos lados e perder o equilíbrio, que pode ser recuperado diminuindo um pouco a potência da travagem para que a roda volte a girar e/ou mudar de direcção para retomar o rumo.
Se a bicicleta estiver a fazer uma curva, a roda traseira escapa para o sentido contrário da curva e quando isto acontece a muita velocidade, acaba por levar o condutor ao chão... Ao sentires que a traseira vai escapar alivia a potência exercida sobre o travão - uma atitude preventiva, será travar de uma forma moderada nos pisos escorregadios e com pouca aderência.
Travar com demasiada força a roda dianteira
Se a bicicleta circular em linha reta e em piso com boa aderência a tendência é atirar o ciclista para a frente da roda dianteira. Mas, quando o piso não é muito aderente a tendência da roda é derrapar para um dos lados - desequilibrando o ciclista. Em ambos os casos é necessário diminuir a potência exercida sobre o travão para recuperar o equilíbrio.
Assim como a roda traseira, a dianteira também derrapa para o sentido contrário da curva, mas quando isto inesperadamente acontece, raramente o ciclista escapa ao contacto com o chão...
Lembra-te então, que quando travares deves estar atento para o que pode vir a acontecer, desta forma é possível tomar a atitude correta para evitar a queda. Mais abaixo apresentamos uma lista de algumas dicas que te podem ajudar a decidir:
Conselhos para as travagens
Ao usar uma bicicleta pela primeira vez experimenta o travão com cuidado e sente a sua capacidade de travagem.
Analisa sempre o piso e a situação para poderes travar correctamente.
Em piso rijo e seco, divide o esforço da travagem em 60% no dianteiro e 40% no traseiro. Nos outros tipos de piso iguala ou inverte um pouco a potência aplicada, mas lembra-te que o travão traseiro sózinho não consegue parar a tempo a bicicleta nas emergências.
Em descidas põe o corpo para trás ao travar intensamente, isto ajuda a bicicleta a não virar sobre a roda dianteira.
Não traves ao passar sobre valas ou irregularidades transversais, fá-lo antes ou depois de passares esses obstáculos. Conhecendo bem o travão traseiro da tua bicicleta, podes usá-lo para testar a aderência do piso pelo qual estás a passar.
Se a roda bloquear (e derrapar) com pouca força nas manetes dos travões, então é melhor estares atento às travagens mais bruscas, onde o uso dos travões pode tornar-se perigoso. Quando a situação se tornar perigosa (o que normalmente acontece depois de uma travagem forte, ou mesmo após teres recuperado o equilíbrio depois de largar o travão), vai travando e soltando o travão alternadamente, até parares a bicicleta. Evita as derrapagens e assim as quedas.
Se estiveres numa descida com barro ou lama, mantêm os pés nos pedais e reparte a travagem pelas duas rodas com precaução.
Se, vais em descida e tens de atravessar um pedaço de piso escorregadio, trava com cuidado depois de transpores esse troço - evita entrar numa zona escorregadia a travar.
Um piso de muita poeira, pode esconder pedras e buracos tornando assim uma possivel travagem traiçoeira, tal como pequenas pedras em cima de asfalto.
O piso de terra firme sob floresta e/ou chuva são muito traiçoeiros e quando eles têm uma cobertura verde de musgo, o melhor é seguires sobre o mato que normalmente há no meio e nas bermas do caminho.
Quando andares num piso muito escorregadio, às vezes é melhor acelerar um pouco e recuperar o equilíbrio. Depois, numa zona mais seca ou firme é mais seguro para reduzir a velocidade As DescidasAs descidas são normalmente mais assustadoras do que as subidas, pois é possível atingir uma boa velocidade sobre a bicicleta e perder o controlo nas curvas ou perante determinados obstáculos no piso.As quedas nas descidas acontecem quando se desce ou muito rápido ou muito devagar, no primeiro caso porque não há tempo de reação e no segundo porque qualquer reação se torna exagerada.
Descidas longas cansam tanto quanto as subidas, só que de uma forma diferente - com solavancos, vibrações e travagens.
CONSELHOS PARA DESCIDAS
Nas estradas não desças a menos que 10 km/h e olha tanto para o piso imediatamente à frente quanto para o que está mais longe (não olhes para a roda!), assim podes planear melhor a descida.
Nas estradas não desças a menos que 10 km/h e olha tanto para o piso imediatamente à frente quanto para o que está mais longe (não olhes para a roda!), assim podes planear melhor a descida.
Evita travar sobre pedras soltas e não te assustes com os solavancos: basta manteres os braços flectidos, utilizando-os como amortecedores.
Ao fazeres uma curva põe o pedal do lado de dentro da curva para cima e põe o peso sobre o pedal que fica do lado de fora, evitando que o pedal mais baixo bata no chão. A ideia é diminuir o centro de gravidade, dando maior estabilidade na curva.
Para maior conforto e controlo da bicicleta, levanta-te uns dois centímetro e apoia-te nas coxas fechando as pernas e inclinando o corpo para trás.
Nos caminhos de terra batida, o melhor é estares preparado para apoiar ligeiramente o pé no chão em casos de pequenos desiquilíbrios ou pequenas derrapagens.
Nas descidas muito íngremes põe ligeiramente o corpo para trás.
Se não sentires segurança suficiente para superar um obstáculo, como um pequeno barranco ou irregularidades no piso, não sintas vergonha em descer da bicicleta...
Se não conheces o caminho e o piso, não abuses da sorte e vai devagar!
AS SUBIDAS
As subidas são uma condição obrigatória a superar para quem pratica esta modalidade. Para descer há que, inevitavelmente, subir.
O segredo para subir é gostar de subir,
Deixamos aqui algumas dicas de como aprender a subir, e quem sabe até, gostar de o fazer:
Conselhos para as subidas
Começa devagar e vai aumentando o ritmo à medida que sobes e que te vais apercebendo do teu ritmo. Muita velocidade e subidas inclinadas são coisas que não combinam, principalmente quando a preparação física não é a melhor. Em alguns casos (dependendo do piso) é preciso andar um pouco mais rápido, mas o melhor conselho é não exagerar.
Quando começares a subir começa também a respirar mais profundamente. Inicialmente o teu corpo dá-te uma falsa sensação de força e resistência, a qual acaba em poucas pedaladas. O resultado é ficares progressivamente cada vez mais ofegante (e a odiar a subida).
Adequa a tua respiração com as pedaladas. Assim não te esqueces de respirar o suficiente! Um método possível é fazer a inspiração e expiração em dois turnos: quando a perna direita pedala faz meia inspiração fazendo uma pequeníssima paragem e quando a perna esquerda começa a pedalar inicía a segunda parte da inspiração utilizando o mesmo esquema para a expiração. Além do factor físico, há ainda o factor piso: subir uma estrada larga e asfaltada não é necessário mais do que alguma força e preserverança. Mas quando se existem pedras, buracos e outros imprevistos torna-se mais complicado aguentar a subida, sem que isso mexa com os nervos...
Piso com muitas pedras soltas
O melhor método é subir sentado, com bastantes pedaladas - numa mudança leve e com velocidade superior a 6 km/h (uma pessoa a pé anda, descansadamente a 4 km/h), desta forma conseguimos sempre alguma tracção o que possibilita vencer este tipo de obstáculo, mas isto exige algum fôlego, dependendo a tua "performance técnica" da tua condição física.
Piso com algumas pedras soltas
Nesta situação não é necessário subir tão rápido quanto na situação acima descrita, basta ficar atento e desviares-te das pedras maiores.
Em piso escorregadio
Este tipo de piso exige a mesma técnica descrita para piso com muitas pedras, principalmente se houver uma camada de lama. Se não houver lama e o pneu da bicicleta estiver em boas condições talvez seja possível subir com menos velocidade.
Dica: Caso haja mato na berma ou no meio da via, utiliza esta parte, pois aí há mais aderência.
Subidas com grande inclinação
Neste tipo de via o difícil é manter a roda dianteira no chão, se o piso for duro e de grande aderência ele talvez permita pedalar em pé, o que soluciona o problema e ainda melhora a performance, mas quando a aderência é baixa esta solução não funciona, pois a roda traseira patina, então é necessário subir sentado com o tórax inclinado sobre o guiador.
Pedalar de pé
Nem todos conseguem pedalar de pé, mas esta é uma opção interessante para vencer rampas acentuadas. Entretanto existem alguns detalhes que se devem levar em conta:
Ao pedalarmos de pé, aumentamos ligeiramente o esforço físico, mas conseguimos manter mais tempo esse esforço.
Mas cuidado, caso a tua condição física não esteja famosa, diminui o esforço ao pedalar em pé. Uma forma de monitorizar isto é ver se a velocidade pelo menos se mantém antes e depois de pedalar de pé.
Cuidado com as pedras soltas, pois pedalar de pé e passar por cima de uma com a roda traseira pode causar uma queda aparatosa.
MUDANÇAS
Infelizmente o sistema de mudanças das bicicletas de montanha é um tanto complicado, porém com o aparecimento das mudanças indexadas e mostradores junto ás alavancas, é possível mudá-las com precisão e rapidez.
Tal como nos automóveis, para as situações de esforço usamos as mudanças "baixas" e para a velocidade as "altas". Só que nos automóveis tu usas uma única alavanca para selecionar as mudanças, enquanto na bicicleta há duas alavancas, onde tens de escolher quais as engrenagens a usar à frente e atrás, para obter a combinação desejada.
As Bicicletas de montanha tem 3 engrenagens na frente junto aos pedais, as quais chamamos de Roda Pedaleira, e 9/10 engrenagens junto à roda traseira, as quais chamamos de "carreto"/cassete.
Mas... para quê tantas "mudanças"?
Poderíamos aqui dissertar sobre mecânica e tudo mais, porém isto seria demasiado exaustivo para os objectivos de uma simples iniciação, então vamos ao básico:
Vamos supor que para manter uma dada velocidade, "giramos" os pedais demasiado devagar, é necessário fazer mais força, esforçando os tendões e os músculos. Se, pelo contrário, girarmos os pedais demasiado depressa, verifica-se um dispêndio excessivo de energia e desgaste das articulações.
Existe, naturalmente, um bom compromisso em termos de "rotações", garantindo um bom rendimento (o mesmo se passa com os automóveis): nas bicicletas de montanha são normalmente 45 a 85 rpm (rotações por minuto), evitando realizar muita força sobre os pedais.
Indexação e indicação
O sistema indexado permite mudar as "mudanças" - uma a uma - a partir de um toque nas manete dianteira e traseira, não sendo necessário andar a tentar acertar com a posição ideal para a corrente mudar de carreto ou roda pedaleira. Os sistemas mais recentes numeram as Rodas pedaleiras de 1 (menor) a 3 (maior) e os carretos de 1 (maior) a 9 (menor).
Como escolher as mudanças?
As "mudanças" devem ser escolhidas de acordo com uma simples regra:
Mudar de velocidade girando os pedais sem aplicar força. Uma mudança silenciosa indica que ela foi feita da forma correta, se fizer barulho, cuidado, pois a tua corrente pode partir...
O momento mais critico é quando é necessário fazer uma "redução" antes de uma subida. Para não forçar a corrente, esta operação deve ser feita suavemente. Se não tiveres tempo, o melhor é parar, desmontar da bicicleta e mudar a mudança rodando os pedais com a mão e levantando a roda traseira.
Utilização básica das Mudanças
A maneira mais simples de se utilizar as mudanças é a seguinte:
Utilização básica das Mudanças
Roda Pedaleira (Frente)
Usa a Roda Pedaleira pequena (nº 1) para subidas pesadas
Usa a Roda Pedaleira média (nº 2) para planos e subidas leves
Usa a Roda Pedaleira grande (nº 3) para planos rápidos e descidas.
Carretos/cassete (Atrás)
Usa os carretos mais pequenos para as descidas
Usa os carretos maiores para as subidas
Escolhe os carretos do meio nas situações intermédias
Não combines carretos grandes (bom para subidas) com Rodas pedaleiras grandes (bom para descidas)...
Para pequenas alterações no esforço, muda de carretos andes de optar por mudar rodas pedaleiras...
Atenção: para evitar um desgaste prematuro do conjunto (corrente e engrenagens) ou até uma quebra de corrente não combines roda pedaleira grande com carretos grandes (ficando a corrente muito esticada) ou a Roda pedaleira mais pequena com os carretos pequenos (a corrente pode saltar e prender-se algures na bicicleta).
Estas combinações, são de resto, ilógicas em termos de desmultiplicação.
A combinação entre carretos e rodas pedaleiras é de resto uma questão de "sentir" o andamento.
Ao combinar com a roda pedaleira média um carreto, podes obter pequenas variações na velocidade e esforço necessário a manter um dado ritmo.
Nas grandes subidas, o óbvio é escolher a roda pedaleira mais pequena e o carreto maior (o resultado é ter de dar muitas voltas aos pedais, para andar muito pouco...)
A situação inversa, uma descida acentuada, implica o uso da Roda pedaleira maior e o carreto mais pequeno.
As restantes combinações intermédias permitem obter andamentos intermédios, desde que se evitem as situações ilógicas acima descritas.
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